Cavalo Crioulo
Concentração da Marcha da Resistência marca novo ciclo da raça

imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Animais ficarão 30 dias sob as mesmas condições climáticas e de alimentação, para após dar a largada na Marcha Anual de Resistência.
A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) iniciou a aplicação dos primeiros microchips de identificação da raça, que modernizará o controle de informações e facilitará os processos que envolvem resenhas, admissões e transportes dos animais para provas nacionais e internacionais.
O procedimento foi iniciado na quinta-feira, 25/5, durante a primeira etapa da Marcha de Resistência, a concentração, que ocorreu na Cabanha Santa Nélia, Fazenda São Francisco em Jaguarão. E não foi por acaso. O momento foi escolhido pela importância da Marcha da Resistência, uma das modalidades que fazem parte do tripé de seleção do Cavalo Crioulo e que gera uma atmosfera única. São 45 dias de dedicação à prova, que tem um percurso de 750 quilômetros.
Tradição aliada à tecnologia
Dos 53 animais admitidos, 51 receberam os microchips de identificação, aplicados pelo técnico responsável pela admissão, Rouget Gigena Wrege, devidamente treinado para o manejo do equipamento, que possui o tamanho de um grão de arroz.
Para o superintendente do Cavalo Crioulo, Frederico Vieira Araújo, a implementação da tecnologia marca um novo ciclo na raça. “No dia de hoje nós iniciamos oficialmente a aplicação dos microchips de identificação da raça Crioula. Tivemos uma adesão de quase 100% dos exemplares, e os que não optaram pela aplicação neste momento já entenderam a grande importância deste passo. Nas futuras participações destes animais, em qualquer modalidade, dispensará o uso de documentos físicos ou digitais, sendo necessária somente a leitura do microchip. O equipamento é único de cada animal, como um CPF, que garantirá que por toda a vida deste animal ele estará identificado”, conclui Araújo.
Neste primeiro momento os microchips foram oferecidos de forma gratuita e com a geração de créditos em emolumentos pela ABCCC. Os proprietários podiam optar pela aplicação, ou não. Mais tarde, os microchips também serão ofertados para exemplares das outras modalidades do Cavalo Crioulo.
O gerente de identificação da Datamars, empresa que disponibiliza o equipamento, acompanhou as primeiras aplicações e conferiu o repasse de informações entre os pequenos equipamentos e o sistema de registro de animais. Para ele, a microchipagem é uma maneira única e vitalícia que garante a identificação do animal onde quer que ele esteja. “A microchipagem é uma maneira internacionalmente reconhecida e inalterável de identificar um animal. É um procedimento rápido e certeiro, sem o uso de registros em papéis ou digitalmente”, explica.
Homenagem
O evento também marcou o início das homenagens ao ex-ginete e crioulista Cláudio Franco Gonçalves, que tem uma história marcada pelo encanto e paixão pela Marcha. Neste ano, a prova será totalmente dedicada a ele.
Depois de conhecer a modalidade no Uruguai, Gonçalves participa desde a primeira Marcha Anual de Resistência do Brasil. Por mais de uma década como ginete e depois fomentando e a modalidade no país. Hoje ele integra a tríade de seleção do Cavalo Crioulo. “O tio Carlos fez muito pela modalidade, e muito além disso, ele também participou das provas. Um verdadeiro apaixonado. Hoje, aqui, quero agradecer por tudo que foi, está (sendo) e ainda será feito por ele em prol da Marcha”, disse o coordenador da Subcomissão da Marcha, Luiz Mário Queiroz Dias, durante a abertura oficial.
Na oportunidade, Cláudio Franco Gonçalves entregou um buçal artesanal a Clóvis Gonçalves, proprietário da Fazenda São Francisco e da Cabanha Santa Nélia, em agradecimento pela cedência do espaço e recepção para a realização da concentração da Marcha. Lá, os animais ficarão soltos a campo, sob as mesmas condições climáticas e de alimentação por 30 dias, para que, no dia 24 de junho, deem a largada na Marcha Anual de Resistência.
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