CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Nilton Santos

Como seremos no futuro?

O instinto de sobrevivência é o valor supremo de todo o ser vivo. Sobreviver é garantir o movimento ascendente da espiral da espécie. Portanto, antes de ser valor individual, é coletivo, tanto para o ser dotado de uma única célula como o mais complexo, como nós bípedes dotados de raciocínio. Nessa luta pela continuidade, todos os organismos biológicos precisam correr riscos, vencer inúmeros obstáculos para seguir transmitindo a tocha da vida às futuras gerações, justamente o que faz o inimigo público número um do momento, o covid-19. Portanto, em termos biológicos, tudo está dentro da normalidade instituída desde a primeira centelha de vida na terra. Para nós os humanos, por nossa condição de seres pensantes, não bastam só existir, necessitamos conviver numa sociedade extremamente complexa onde as relações afetivas são fundamentais e aí é que está o nosso calcanhar de Aquiles... O vírus, em sua luta pela evolução, está limitando o exercício da nossa essência social, atingindo a nossa saúde psicológica, justamente em razão do básico instinto de sobreviver pois no momento, ser social a pleno, nos põe em situação de risco de morrer. Em suma, para continuarmos vivos necessitamos limitar a nossa essência social a níveis jamais vivenciados antes, o que certamente trará consequências imprevisíveis no nosso psicológico. Considerando que não possuímos condições de prever o "novo normal", que obviamente comporta o nosso novo perfil psicológico, mesmo que consigamos logo uma condição de segurança para retornarmos ao convívio como era antes, certamente não seremos mais os mesmos. Assim, quando estivermos e nos sentirmos seguros com relação a ameaça do vírus, precisaremos de muito tempo para voltarmos a nos acostumar a um aperto de mão, um abraço ou um beijo.


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