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Inclusão Social e os desafios para os surdos no ensino superior

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

A educação é um dos fatores fundamentais para a inclusão social e, apesar dos avanços e melhorias nas últimas décadas, pessoas com deficiência ainda encontram barreiras para poder estudar. Das 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil, apenas 7% têm ensino superior completo, 15% estudaram até o ensino médio, 46% frequentaram até o fundamental e 32% não têm nenhum grau de instrução. Em relação aos estudantes matriculados no ensino superior, o último levantamento do Ministério da Educação (MEC) identificou 5.978 pessoas com deficiência auditiva, 2.235 com surdez. A vida em sociedade é muito voltada para o cidadão ouvinte e o desconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma das principais dificuldades encontradas no convívio social.

Apesar de ser a segunda língua oficial do Brasil, são poucos os professores e alunos que sabem Libras, o que dificulta a interação com os alunos surdos ou com alguma deficiência auditiva, já que há grande foco na oralidade e no português escrito durante as aulas, restando ao surdo acompanhar a tradução do conteúdo pelo intérprete de Libras.

A saída para uma maior integração do estudante surdo com o ambiente escolar é a formação bilíngue do educador. O ensino básico conta com algumas escolas bilíngues, em que o professor dá aulas em Libras ao invés de contar com o apoio do intérprete, mas ainda são poucas e estão nos grandes centros urbanos.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, principal forma de ingresso no ensino superior público recebeu mais de 5,1 milhões de inscrições. Do total de inscritos, 2.487 têm alguma deficiência auditiva, 1.353 são surdos, pessoas que puderam solicitar recursos de acessibilidade para a realização das provas. Somando participantes com alguma deficiência (visual, auditiva, intelectual ou física), gestantes, lactantes e idosos, foram registrados mais de 52 mil solicitações de atendimento especializado.

O número alto de busca pelo atendimento especializado no Enem mostra a necessidade de acessibilidade para que as pessoas com deficiência possam cursar em universidades. Portanto, além de facilitar ao aluno o atendimento é preciso ter em conta que é necessário inclui-lo, fazer com que o aluno se sinta bem onde está para que a formação seja efetivamente concluída.


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