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Matrículas em federais caem pela primeira vez em 30 anos
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Conforme o levantamento realizado pelo mais recente Censo de Educação do Ensino Superior, que apresenta dados de 2022, divulgado em maio deste ano, o número de matrículas nas universidades federais brasileiras caiu, pela primeira vez desde 1990.
Entre 2019 e 2020, o número de estudantes que entraram no ensino superior passou de 1,3 milhões para 1,2 milhões. Uma redução de 6,2%, a primeira desde 2003.
Ao lado da diminuição de matrículas, também se sobressaíram os trancamentos. Cerca de 270 mil estudantes suspenderam a graduação por tempo indeterminado no período da pesquisa.
A pandemia de covid-19, iniciada em 2020, ano de referência dos dados, é colocada como a principal razão para os resultados obtidos. O Censo 2020 e 2021 - ainda não divulgado - sofreram atrasos e alterações também devido à pandemia.
A queda de matrículas é ainda, em parte, explicada pela queda dos investimentos nas instituições. No mesmo período, as federais receberam apenas 5,7 bilhões de reais para despesas essenciais, como água, luz, segurança e limpeza. Para comparação, em 2011, foram destinados a estas mesmas despesas 12 bilhões de reais.
Por conta disso, outros setores tiveram que remanejar seu orçamento. Foi o caso da verba aplicada para auxílio permanência, que envolve custos dos estudantes com transporte, alimentação e moradia.
O valor disponível caiu de 213 milhões de reais para 197 milhões. Este foi o menor desde 2015, e o número de alunos com algum tipo de apoio social também despencou, passando de 311.246 para 233.029, o menor desde 2014.
As universidades particulares também sentiram o movimento, que, no caso delas, foi ainda mais acentuado. O número de matrículas em cursos presenciais recuou quase 11% em 2020, mantendo uma tendência que já vinha sendo registrada nos anos anteriores.
O único saldo positivo ficou por conta dos cursos de graduação à distância, que receberam mais alunos novos do que os presenciais pela primeira vez na história, motivados pelo isolamento social.
O número de estudantes começando uma graduação e que optaram pelo ensino à distância, por exemplo, aumentou 26% de 2019 para 2020.
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