Um estudo realizado pelo Instituto Semesp do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior, apontou que o Brasil não tem conseguido atrair jovens para a carreira de docente e, caso essa constante se mantenha, a educação básica poderá passar por um déficit de 235 mil professores em menos de 20 anos. O estudo foi apresentado na manhã desta quinta-feira, 29/9, durante o Fórum Nacional de Ensino Superior.

O levantamento foi feito utilizando dados dos Censos do Ensino Superior e da Educação Básica coletados pelo Ministério da Educação (MEC). Utilizando como base os números divulgados anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o estudo levou em conta diversas métricas.

A possível falta de professores pode ser atribuído ao: envelhecimento dos profissionais da área uma vez que o número de docentes prestes a se aposentar aumentou cerca de 100% nos últimos 12 anos; ao desinteresse dos jovens pela carreira, já que entre 2010 e 2020 houve uma queda de praticamente metade de calouros nos cursos de licenciatura; ao abandono da profissão frente aos baixos salários e condições precárias de trabalho.

Além disso, o avanço da modalidade de ensino à distância (EAD) na faculdade pode contribuir para um cenário de falta de professores. Com o EAD - predominante desde 2016 - as taxas de evasão são mais altas. O documento apontou que a cada três alunos na modalidade, um desiste durante o processo. Segundo o Inep, as especialidades que apresentaram maior queda no número de formandos da graduação, entre 2016 e 2020, foram biologia, química, ciências sociais, seguido por letras, história e geografia.