Ensino Médio
Só 1% dos alunos tem desempenho adequado em matemática, aponta Seduc
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Somente 1% dos estudantes matriculados no último ano do Ensino Médio em escolas estaduais do Rio Grande do Sul apresenta desempenho adequado em matemática, conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc) no início deste mês. Os números são resultado da primeira edição de 2022 do Avaliar é Tri.
O Avaliar consiste em uma prova diagnóstica promovida pela pasta desde o ano passado para analisar as perdas de aprendizagem entre os estudantes gaúchos durante a pandemia e as competências pedagógicas que precisam ser reforçadas.
Entre os dias 11 e 15 de março deste ano, 624 mil alunos de 2.147 escolas estaduais participaram da prova. Estudantes do 2º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio responderam questões de português e de matemática.
Segundo o levantamento, ainda no último ano do Ensino Médio, a grande maioria dos alunos (92%) teve atuação abaixo do básico, enquanto 4% atingiram o nível básico e, 2%, o avançado.
Os resultados apresentados pela Seduc em uma live mostram que as dificuldades na matemática aumentam conforme o avanço da trajetória escolar. No 2º ano do Ensino Fundamental, por exemplo, somente 11% dos alunos apresentaram desempenho abaixo do básico. Já no 3º e no 4º ano, esse número salta para 32% e 49%, respectivamente. Na reta final do Ensino Fundamental, 8º e 9º anos, o desempenho baixo já representa a maioria: 71% e 80%.
No 1º ano do Ensino Médio, são 85% dos jovens com atuação abaixo do básico. Outros 10% chegaram ao nível básico, 2% ao adequado e 2% ao avançado. No ano seguinte, também há piora, e os índices passam para 91% abaixo do básico, 5% básico, 1% adequado e 1% avançado, cuja classificação envolve habilidades como resolver problemas com razões trigonométricas.
Em língua portuguesa, os dados também são preocupantes, já que apenas 6% dos alunos de cada série do Ensino Médio apresentam desempenho adequado. Ainda assim, a porcentagem de estudantes com atuação abaixo do básico é menor quando comparada aos resultados na matemática.
Conforme a Seduc afirmou, o impacto ocasionado pela pandemia de covid-19, com um longo período sem aulas presenciais, contribuiu para acentuar o baixo desempenho dos alunos do Ensino Médio em matemática.
A secretária de Educação, Raquel Teixeira, afirmou após a apresentação dos dados, em uma entrevista, que a pasta calcula serem necessários ao menos três anos para que os índices melhorem no Ensino Médio.
A Seduc também afirmou que também destacou que, para garantir a permanência dos estudantes em sala de aula, evitar a evasão escolar e recuperar as perdas, tem realizado, desde 2021, uma série de medidas para qualificar a oferta de ensino público gaúcho como a bolsa Todo Jovem na Escola, um auxílio de R$ 150 mensais a alunos creditado no cartão Cidadão.
Apesar da avaliação do governo do Estado ter como foco os impactos da pandemia na educação, os problemas na aprendizagem da matemática são enfrentados há muitos anos por escolas de todo o Brasil. A última edição do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), realizada em 2019, mostra que apenas 10,3% dos estudantes brasileiros matriculados no Ensino Médio tiveram aprendizagem adequada na disciplina, somando rede pública e privada.
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