CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

#NãoEraCarinho

Campanha visa conscientizar sobre violência sexual

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Com atuação no Brasil há pouco mais de 30 anos, o Grupo Curumim é uma organização não-governamental feminista e antirracista que fortalece a cidadania das mulheres, através da promoção dos direitos humanos, da saúde integral e dos direitos sexuais e reprodutivos.

O Grupo Curumim lançou a campanha #NãoEraCarinho nas redes sociais, para dar visibilidade à violência sexual doméstica contra meninas e adolescentes.

A Campanha surgiu pela urgência de agir sobre os altos índices de violência doméstica contra meninas e teve início após o grupo conhecer os dados referentes a este tipo de violência, divulgados pelo Fórum de Segurança Pública no 13º Anuário Brasileiro da Segurança Pública. Os dados referentes a estupros foram os que mais chamaram a atenção. "Hoje um estupro acontece no Brasil a cada oito minutos", conta Sueli Valongueiro, integrante do Grupo

Segundo o Anuário, que traz dados referentes à 2019, foram 66 123 vítimas de estupro e estupro de vulnerável no ano. Dessas, 57,9% tinham no máximo 13 anos e a maior parte, 85,7%, era do sexo feminino. Além disso, em 84,1% dos casos o autor da violência era conhecido da vítima, o que aponta para uma violência intrafamiliar em que as crianças e adolescentes são vítimas de familiares ou pessoas de confiança da família.

Com esses dados em mente, a Campanha se desenhou voltada para o principal público: as meninas. "A gente já não ficava caladas diante desses números", explica Sueli. Após a pandemia, o fato de as meninas passarem a ficar mais tempo em casa foi outro impulso. "Esse era um sinal para dizer que essas meninas estavam mais vulneráveis ainda pelo tempo que estavam expostas dentro de casa."

Ela ainda traz como informação uma pequena redução no número de denúncias no Disk Denúncias de 2019 para 2020. "Isso a gente pode inferir que foi em parte porque as meninas têm mais dificuldades de fazer a denúncia dentro da própria casa. Então, vamos até elas através das redes sociais", diz.

#NãoEraCarinho

Através do Instagram, a organização começou a realizar publicações de conscientização sobre o tema, com dados e orientações sobre como agir em determinadas situações: como identificar os sinais das crianças que estão sofrendo com violência sexual, as principais mudanças de comportamento, como ajudar e com quem falar, por exemplo. "Nós também queremos falar de assédio, daquelas carícias não desejadas, do uso da linguagem erotizada, material pornográfico, tudo isso faz parte da violência", afirma Sueli ao contar que o estupro é a violência máxima, mas que há diversas formas de violência sexual.

Um ponto importante da Campanha é também alertar essas meninas como um adulto pode tocar essa criança. "Uma coisa é um pai dar um banho em uma menina, fazer o cuidado. Outra coisa é manipular a menina. Ela tem que entender qual é a diferença de uma coisa para outra", enfatiza.

A campanha nas redes sociais ainda segue até o dia 19 de junho. A partir desta data, materiais impressos serão divulgados, como panfletos, cartazes e adesivos, que serão enviados para serviços de saúde, educação, assistência psicológica e demais serviços que fazem assistência à essas crianças. Para julho, a perspectiva é fazer seminários e rodas de debates sobre o tema.


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