A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua realizada no último trimestre de 2021 apontou que mais da metade dos brasileiros sente insegurança ao andar sozinhos à noite nas ruas. O levantamento divulgado nesta quarta-feira, 7/12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de pessoas que se sentem inseguras ou muito inseguras para sair às ruas depois que o sol se põe chega a 51,7%.

A região Sul demonstrou menor sensação de insegurança onde o percentual chega a cerca de 38%. Em contrapartida, a maior insegurança foi observada na Região Norte, com 60,4%. O percentual de brasileiros inseguros durante o período diurno é menor: 20,3% dos brasileiros têm medo de andar sozinhos nesse horário. Na média, a sensação de insegurança em qualquer hora do dia atinge 28,8% dos brasileiros.

Além disso, a pesquisa também registrou a questão da segurança dentro e fora de casa. 89,5% se sentem seguros em casa. Em relação à zona urbana e rural, o percentual de segurança se mantém praticamente igual, sendo 89,5% para a cidade e 89,6% para o campo. Em um comparativo separado por gênero, mulheres, em geral, se sentem mais inseguras que os homens. Aquelas que se sentem seguras em casa são 88,6%, por outro lado, o percentual dos homens é de 90,5%.

As vítimas de roubos e furtos também demonstram menos segurança. Enquanto entre as pessoas que não sofreram roubo no último ano, 71,6% se sentem seguras, entre as vítimas de roubo, a proporção daqueles que se sentem seguros cai para 37,6%. Conforme a pesquisa, 40% dos entrevistas percebem risco alto ou médio de ser assaltado nas ruas, 37,2% de ter carro, moto ou bicicleta roubado/furtado e 29,5% de ser roubado dentro de seu domicílio.

Comparando homens e mulheres, os entrevistados do sexo masculino têm mais medo - 13,5% - que as mulheres - 8,5% - de ser vítimas de violência policial. Além disso, 13,4% dos homens têm medo de ser confundidos com bandidos, enquanto entre as mulheres esse receio só atinge 6,9% delas. Por outro lado, o medo de ser vítima de agressão sexual atinge mais mulheres, com 20,2%, do que homens, 5,7%.

A pesquisa também mostra que os negros têm mais medo de ser vítimas da polícia, de ser assassinados ou ser baleados do que os brancos. Em relação à violência policial, 12,8% dos negros têm receio de ser vítimas, enquanto entre os brancos esse medo atinge 8,5%. O medo de ser confundido com bandido pela polícia afeta 12,5% dos negros e 6,8% dos brancos. O risco de ser sequestrado, por outro lado, é percebido mais por brancos - 13% - do que por negros - 10,6%.