Um dossiê do Observatório de Mortes e Violências Contra LGBTI+ apontou que a violência contra gays, travestis e mulheres trans, entre 20 e 39 anos, aumentou no Brasil em 2021. O documento mostra crescimento de 33% no número de mortes violentas da população LGBTQIA+. Os dados foram divulgados em maio deste ano, em alusão ao Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, lembrado no dia 17 do quinto mês do ano.

No Rio Grande do Sul, foram registradas cinco mortes violentas contra esse grupo em 2021. Esse número representa 0,44 mortes a cada um milhão de habitantes.

Segundo o levantamento, apesar desse número já representar uma grande perda de pessoas, apenas por sua identidade de gênero e/ou orientação sexual, há indícios que esses dados ainda são subnotificados no Brasil. O número de mortes do ano passado somam um total de 316, o que representa um crescimento de 33,3% diante das 237 mortes registradas em 2020.

Os dados indicam que a população de homens gays, representando 45,89% do total de mortes, sendo 145; as travestis e mulheres trans, representam 44,62% dos casos com 141 mortes; mulheres lésbicas correspondem a 3,80% das mortes, com doze casos; homens trans e pessoas transmasculinas 2,53% dos casos sendo oito mortes.

Além disso, pessoas bissexuais representam 0,95% com três mortes; e as pessoas identificadas como outros segmentos correspondem a 0,95%, também com três mortes. Houve, ainda, quatro pessoas de orientação sexual e/ou identidade de gênero não identificadas, representando 1,27% do total com quatro mortes.

A pesquisa de 2021 identificou diversos tipos de violência LGBT, como agressões físicas e verbais, negativas de fornecimento de serviços e tentativas de homicídio. Houve uma maioria de mortes desse grupo provocadas por terceiros: 262 homicídios, representando 82,91% do total, e 23 latrocínios, que corresponderam a 7,28% dos casos.

Webinar

Acontecerá na próxima segunda-feira, 6/6, às 19h, o 18° webinário da Série Aproximações Interdisciplinares com o tema "Violência de Gênero e LGBTfobia: Possibilidades de Ação e Promoção da Diversidade". A atividade é do Grupo de estudos e ações sobre violência sexual como uma das expressões da violência de gênero da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A transmissão do evento online será pelo canal do Grupo no YouTube e terá intérprete de libras.

A Série Aproximações Interdisciplinares é uma iniciativa em comemoração aos 20 anos do Grupo de Pesquisa e Extensão Prevenção à Violência Sexual e conta com diversas transmissões ao vivo sobre temas relacionados aos debates de gênero, masculinidade e das violências contra as mulheres. Todos os webinários são gratuitos e ainda fornecem certificado mediante registro de presença.