CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Há 50 anos

Primeiras mulheres ingressavam na Polícia Civil

No dia 10 de agosto de 1970, acontecia a aula inaugural da primeira turma de policiais civis femininas do Rio Grande do Sul. Neste dia, as 41 mulheres aprovadas no primeiro concurso público da instituição aberta às mulheres, assistiram a aula na então Escola de Polícia Civil, que mais tarde foi transformada na atual Academia de Polícia do RS (Acadepol). 

Essas mulheres estavam entrando para a história da segurança pública gaúcha. Para termos ideia da façanha e pioneirismo delas, em 1970 ainda vivíamos sob a ditadura militar, o adultério ainda era considerado crime, o divórcio ainda não tinha sido aprovado no país, as mulheres ainda eram proibidas de ingressarem nas forças armadas e na Brigada Militar gaúcha e uma constituição democrática ainda levaria mais 18 anos para ser promulgada.

Em 1970, para grande parte da população, a atividade policial ainda era relacionada a características essencialmente masculinas e totalmente incompatíveis com as mulheres. Por isso, podemos ter uma ideia dos vários desafios vencidos por essas bravas policiais, para terem seu valor reconhecido pelos colegas e pela própria sociedade.

Mulheres mudaram a percepção da população sobre o trabalho policial

O trabalho policial é, historicamente, visto pela população como essencialmente uma ocupação masculina. Sendo ligado, na maior parte das vezes, à força física e à violência e, dessa forma, identificado com a figura masculina. O ingresso das mulheres na instituição começou a alterar essa percepção, com a incorporação de valores que, na visão da população, são identificados com as mulheres, como a inteligência, a capacidade de resolução de conflitos, a inovação e o trabalho em equipe.

A inclusão desses valores e o próprio reconhecimento das mulheres como policiais capazes ainda não se deu completamente. O assédio dentro da própria instituição, através de piadas e não reconhecimento por parte dos homens, ainda é uma realidade cotidiana vivida pelas policiais.

De acordo com o Sindicato dos agentes de polícia do RS (Ugeirm), se os espaços de comando na Polícia Civil são cada vez mais ocupados pelas mulheres, chegando ao momento histórico de uma mulher, a delegada Nadine Anflor, ocupar a mais alta posição dentro da PC, como Chefe de Polícia, se deve ao pioneirismo daquelas 41 mulheres que, em 1970, ingressaram na Polícia Civil. "Aquelas mulheres tiveram a coragem de romper com o machismo estrutural da sociedade brasileira encarando e superando todos os obstáculos colocados no seu caminho", disse a entidade em material comemorativo veiculado em seu site. "A Ugeirm gostaria de saudar e homenagear essas 41 Policiais Civis, que representam todas as mulheres que, ao longo desses 50 anos, engrandeceram e enriqueceram a Polícia Civil gaúcha, transformando essa instituição em uma das mais eficazes e respeitadas do país. Não existe Polícia eficiente e justa sem a participação das mulheres", finaliza.

As pioneiras são: Ana Maria Monteiro, Carmem Baú de Oliveira, Eidná Krause de Lima, Eliane Berenice Gonçalves, Eli Dias, Eronita Manoela da Cruz, Faustina Elenira Severino, Gleci Pereira Hoffmeister, Gladis Maria C. de Almeida, Helena Garcia Baptista, Idelma Simon, Ireni Campos, Janice Regina Duarte Pereira, Jeromita Ferreira Barrada, Josefa Doralice da Silva Leite, Julia Rosa da Silveira, Jussara dos Santos Costa, Jurumi Guerra Silveira, Laura Prado da Silva, Lourdes de Souza Flores, Lucila Machado, Maria Ana Guimarães, Maria Aparecida F. Feijó, Maria Zaira F. Sherer, Marilene Kaiser Mendes, Maria Iedi K. da Rosa, Maria Cleides S. Monti, Marlene de O. Reyes, Marley Marx, Mirza Marlene de O. Spíndola, Nara Ernestina G. Garcia, Neci de Moraes Gomes, Neiva Brito Pinto, Neiva Martins de Borba, Neli Duval Botelho, Nilza Viana Czerner, Olga Martins Mendes, Terezinha Martins Rosenhai, Walkiria Scaranto Viacava, Yolanda dos Santos Peixoto e Zita Ribeiro.

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