CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

João Eichbaum

O Viúvo Greenwald

David Miranda, ex-deputado federal morreu, e a imprensa foi atrás da “causa mortis” do agora ilustre desconhecido. E quem deu a notícia procurada foi, segundo a mesma imprensa, o marido do falecido. Não. Não foi engano. A palavra usada foi essa mesmo: marido. Sim. O marido, ou o viúvo, é ninguém menos do que o famigerado Glenn Greenwald, cujas bisbilhotices deram o sinal de largada para que o Lula nos fosse imposto como presidente.

Avivando lembranças: o viúvo, que ainda não era viúvo, relegando para os monturos as leis brasileiras, violou o direito de privacidade dos diálogos mantidos por telefone entre o juiz Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol. Um e outro, sabedores de que o art. 5º, inciso X  da Constituição Federal lhes assegurava a inviolabilidade da intimidade e da vida privada, e o inciso XII lhes dava a segurança da inviolabilidade das comunicações telefônicas, trocavam ideias sobre o processo da Lava Jato que complicava a vida do Lula. Mal sabiam eles que um estrangeiro invadia o território intocável, sagrado, de um direito constitucional. E quando se deram conta, o Brasil inteiro sabia daquelas conversas, que começaram a derreter a boa fama dos meninos da Lava Jato.

Claro, quem primeiro tirou proveito da violação constitucional, foi a defesa do Lula: botou as conversas no processo, levantando a suspeição do então magistrado. De início não teve sucesso, porque o tema fora levantado perante juízes que conheciam a Constituição. O Lula sofreu condenação em três instâncias, em processo não contaminado pela violação constitucional. Mas, através de vias não previstas no devido processo legal, a história da suspeição chegou às mãos de um cidadão chamado Edson Fachin. Juntando carradas de jurisprudência, pareceres e outras contorções jurídicas que desafinam do Código de Processo Penal, da Lei 12.965/2914, e da Constituição Federal, Fachin declarou a nulidade do processo do presidiário que, à guisa de cadeia, estava instalado numa sala da Polícia Federal em Curitiba, com direito às visitas da Janja.

Foi assim que Glenn Greenwald mudou a história de um país que, desde então, se dividiu. Greenwald destruiu a unidade da nação, deu oportunidade ao vírus da discórdia para que ele se estabelecesse nas famílias, nas amizades. E sobretudo alimentou a vaidade de gente que, tendo o poder na mão, embora devendo se guiar pelas normas jurídicas, prefere os impulsos do ego, para mostrar que é mais do que todo mundo.

Ah, sim, mas o Greenwald deu também oportunidade para que grande parte dos brasileiros repensasse a crença em determinados valores. Deu oportunidade para que muitos cidadãos começassem a desconfiar de que há instituições, nesse país, que perderam o crédito, que merecem mais desprezo do que medalhas de heroísmo.

Agora, Greenwald voltou aos noticiários brasileiros, informando sobre a “causa mortis” do companheiro: infecção gastrointestinal. Nada de política. As infecções são reações químicas hostis da natureza, que procura manter sua integridade. É bom não esquecer que instrumento reprodutor varonil pode causar estragos, quando encontra fezes no caminho da festa...

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