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Lais Abreu
Você precisa perder alguém para rever sua vida?
Há mais ou menos um mês, minha melhor amiga perdeu a avó. Embora eu não tivesse tido a oportunidade de conhecê-la, chorei. Chorei por ver uma pessoa que amo perdendo alguém, por imaginar quantos momentos da família a matriarca iria perder e, no fim, chorei por imaginar que esse dia chegaria para mim também, não só o da minha morte, mas o dia de ver alguém partindo.
Não sei se alguém já teve a horrível sensação de sonhar com a morte de alguém e acordar desesperado. Comigo aconteceu duas vezes e quem ia embora eram os meus avós. Mesmo que a primeira coisa do meu dia tenha sido ligar pra eles e saber como estavam, eu acordei com uma tristeza profunda, e despertou também aquela indagação: e se? E se não fosse só um pesadelo, quanto eu aproveitei deles? E se realmente acontecesse, será que eu tinha deixado claros o meu amor e a minha gratidão?
Depois do luto pela minha amiga, me vi cercada de sinais de que Deus me mandava, e não era por eu ser uma pessoa que não valorizava nada, mas, sim, porque achava que fazia muito, mesmo fazendo tão pouco. Passei a enxergar de dentro pra fora, e tudo se tornou mais fácil. O reconhecimento por ter aprendido antes de sentir a dor verdadeira me motivava mais. Infelizmente, não acontece com todos, o sentimento de culpa vem junto com a saudade, e a famosa frase 'a gente só dá valor quando perde' acaba fazendo sentido. Mas por que tem que ser assim?
A verdade é que estamos consumidos pelo cansaço, pela rotina, pelo trabalho e estudos que nem vemos a vida passar e esquecemos que um dia ela acaba. Que consigamos ser honestos e capazes de enxergar que a vida é o agora e que não devemos esperar perder alguém para rever nossos conceitos de presença. Ame agora, abrace hoje, ligue ontem e viva como se não houvesse o amanhã. Embora seja clichê, funciona para o bem-estar de todos.
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