CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Luzes& Sombras

Esperto

Alegando estar cumprindo a 'Lei Geral de Proteção de Dados', o prefeito de Uruguaiana, Ronnie Mello, negou à Câmara Municipal a lista com o nome dos vacinados. A solicitação havia sido feita pelo vereador Marcelo Lemos, do PDT, da base aliada do prefeito, após o próprio site da Prefeitura dar conta de que foram vacinados até o momento 2378 profissionais da saúde e apenas 1222 idosos com mais de 80 anos e 34 deficientes físicos. Caberia solicitar então ao prefeito, o nome dos "dados" protegidos pela sua "esperteza".

Burrice demagógica
Foi errada, demagógica e açodada a forma com que o presidente Jair Bolsonaro substituiu o presidente da Petrobrás. Gerou uma desvalorização nas ações da empresa (embora tenha se tornado claro que especuladores e banqueiros, com o apoio otário e político das mídias tenham agravado a situação) e uma crise de credibilidade internacional em relação ao Brasil. O mandato de Castelo Branco, o atual presidente terminará em março, portanto, bastava esperar um mês para indicar outro para seu lugar, sem o alarde e a justificativa fajuta apresentada. A maneira com que a substituição foi anunciada prejudicou o novo indicado, ao que parece, um homem correto e capaz. Em seu tempo à frente da Petrobrás, o general Silva e Luna promoveu importantes mudanças na estatal bi-nacional. Entre elas, o fechamento da "sede" em Curitiba e a transferência do pessoal para Foz do Iguaçu. O general também acabou com luxos inúteis como carros oficiais e cortou boa parte dos patrocínios concedidos pela empresa, gerando uma economia de R$ 2,7 bilhões em pouco mais de dois anos.

Novos ares
Durante uma de suas "aparições" para seus apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro declarou que algumas leis anticorrupção têm "engessado" o trabalho de prefeitos. Segundo o presidente, ele e Arthur Lira têm conversado em busca de uma forma para que o Congresso altere tais normas. "É muita burocracia. Tem muita lei do passado que realmente é para combater a corrupção, mas engessa o prefeito. E muitos passam a responder por 20 anos por improbidade administrativa. Mas alguma coisa vai ser mudada. Pode deixar", disse.
Em sua campanha para a Presidência, Bolsonaro jurou combater a corrupção e adotar medidas para que tivéssemos uma economia de cunho liberal. Agora, "abraçado" ao Centrão, parece ter adotado as práticas mais nefastas da "velha política": a leniência para com a corrupção e o intervencionismo estatal.

Arautos do caos
Apesar do jornalismo de funerária continuar alardeando o "caos" na campanha de vacinação nacional contra a covid-19, o Brasil tem uma média superior a 250 mil doses diárias aplicadas. Nosso ritmo de vacinação é cerca de 23% melhor que a média mundial. Até agora, 4% da população brasileira já recebeu ao menos uma dose, enquanto a média mundial é de 2,67%. Hoje, quinto país no ranking mundial do número de vacinados, o Brasil só está atrás neste quesito, dos EUA, China, Reino Unido e Índia.
Com o início do envasamento e distribuição da coronavac pelo Butantã iniciado esta semana e a chegada de um novo lote da vacina de Oxford, em dez dias deveremos ter mais pessoas vacinadas do que infectados no país. Em agosto, a Fiocruz deverá começar a produzir os insumos, hoje importados da China e da Índia, para a produção local da vacina de Oxford (e outras vacinas), acabando de vez com nossa dependência.

Vacinas
Alguns governadores e prefeitos passaram a insistir na "compra direta" de vacinas contra a covid-19, mesmo sabendo que os fabricantes não possuem o produto para pronta entrega. A falta de vacinas no mundo é uma realidade, basta observarmos a dificuldades em obtê-las pelo bloco europeu e outros países ricos.  Ademais, governadores e prefeitos também são sabedores que o Butantã passará a entregar regularmente lotes de vacinas a partir desta semana (serão pelo menos 150 milhões até setembro) e a Fiocruz passará a produzir a vacina em solo nacional ainda em agosto, sem depender da importação de insumos. Afora estes dois fatos, com a liberação gradual das vacinas pela Anvisa, como já aconteceu com a da Pfizer, a iniciativa privada poderá passar a importá-las sem obstáculos.
Meu medo é que tal entusiasmo para a compra de vacinas por parte de governadores e prefeitos esconda intenções inconfessáveis e sejam escancaradas mais uma vez as portas da corrupção, como ocorreu na compra de testes, máscaras, respiradores e até mesmo de álcool gel.

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