CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Luzes & Sombras

Glória

Durante uma entrevista concedida para Joyce Pascowitch a jornalista Glória Maria causou celeuma entre feminazes e racistas de plantão. Pascowitch, aproveitando-se do fato de a jornalista da Rede Globo ser negra e tentando entrar nos temas mais "atuais do momento", perguntou: "Nesses últimos anos, a TV mudou muito. Se modernizou, seriados, séries... Junto com isso, explodiu essa questão do assédio moral e do assédio sexual. Provavelmente, devia existir, mas, hoje em dia, está tudo muito na vitrine, né?"

"Então, hoje, tudo é preconceito, tudo é assédio. Está chato. Estou há mais de 40 anos na televisão. Já fui paquerada muitas vezes, mas nunca me senti assediada moralmente. Acho que o assédio moral é uma coisa clara, não tem não tem dubiedade. Não tem como você interpretar. O assédio é uma coisa que te fere, é grosseiro, te machuca, te incomoda, te desmoraliza. Hoje tudo é racismo, tudo é preconceito. Até hoje na TV, eu tenho meus câmeras antigos, os técnicos que estão comigo há 40 anos, todos me chamam de neguinha. Eu nunca me ofendi, nunca me senti discriminada. Me chamam de uma maneira amorosa, carinhosa. É claro que se falam 'ô, nega', não sei o quê, é outra coisa",

Foi o suficiente. Ao dizer que acha o "politicamente correto um porre" e que "esse mundo está muito chato", a jornalista da Globo mexeu em ninho de marimbondo. Suas declarações despertaram imediatamente a ira dos movimentos separatistas raciais, feministas radicais e de todos aqueles que, por motivos políticos ou psicológicos, pretendem semear e cultivar o ódio entre seres humanos de cor de pele, religião ou sexo diferentes entre si.

Entre outras pérolas, a jornalista foi acusada por um "pensador" chamado de Mussum Alive, de estar desconectada da realidade e de "viver rodeada de pessoas brancas "boazinhas". Outra "pensadora", Winnie Mandela, digo, Winnie Bueno, saiu-se com o seguinte comentário: "Racismo e sexismo são sistemas de dominação. O fato de a Gloria Maria achar ok a equipe dela chamar ela de neguinha e o fato de ela considerar 'paqueras' no ambiente de trabalho 'natural' também fazem parte do sistema de dominação. ?E adivinha? Os brancos apropriarem esse discurso também faz parte do sistema de dominação".

Que o racismo existe, inclusive no Brasil (apesar de ser o país mais miscigenado do mundo), é o óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues. Assim como Mussum Alive, que protestou pelo fato de Glória "viver rodeada de pessoas brancas boazinhas" também existe supremacistas brancos que acham absurda a amizade e a convivência entre brancos e negros. Adolf Hitler era um. Outros, apregoam a separação entre os que acreditam em religiões diversas, como no caso do pessoalzinho do Isis.

Glória Maria , em 1970, foi vítima de racismo. Um gerente (estrangeiro, diga-se de passagem) a impediu de entrar pela porta da frente de um hotel no Rio de Janeiro. A jornalista recorreu na época à Lei Afonso Arinos, então a única que punia o racismo no país. O "gerente" pagou multa e foi deportado. De lá ara cá, o país evoluiu. Hoje, a pena seria muito maior.

Glória Maria, na entrevista, apenas mostrou que acredita em um mundo onde as pessoas sejam vistas apenas seres humanos, independente de sexo, cor da pele ou religião.

Diante da polêmica, a jornalista se manifestou elas redes sociais com a seguinte declaração: "Orgulho da minha vida. Da minha história! Nunca serei politicamente correta! Acho um saco! Sou livre. Rebelde! Ninguém vai me dizer como tenho que viver!".

Glória é uma Glória!

 

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