CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

Eleições

Nunca fui fã do presidente Jair Bolsonaro, embora no segundo turno da eleição passada, por falta de uma melhor opção, tenha votado nele. Já disse e reafirmei nesta coluna que o considero boquirroto e muitas vezes inconveniente. Também já falei que apesar destes defeitos, soube escolher bem a maioria de seus ministros e assessores, com destaque para a agora senadora Tereza Cristina, Tarcísio de Freitas, Roberto Campos Neto, Paulo Guedes e outros. Soma-se o fato de que nenhum escândalo de desvio de dinheiro público aconteceu em seu governo, pelo menos que o apontasse como mandante, diferentemente de seus antecessores. Em suma, Bolsonaro fez um bom governo. Mas, curiosamente, desde o primeiro dia de seu mandato, o atual presidente foi implacavelmente perseguido pela maior parte da imprensa. Aproveitando-se de sua verborragia descontrolada, jornalistas armavam-lhe ciladas a cada entrevista, sempre desviando o foco dos programas e avanços governamentais, mirando apenas as tais pautas de costumes ou dando ênfase a declarações anteriores onde já demonstrara seu destempero. Jamais um presidente brasileiro foi tão espezinhado. Somou-se ao grupo anti-Bolsonaro o presidente do Congresso, Rodrigo Maia, emperrando toda e qualquer tentativa de botar em pauta as necessárias reformas necessárias para o desenvolvimento do país. Logo juntaram-se ao grupo alguns ministros do STF, que além de soltarem por uma firula jurídica Luiz Inácio da Silva, o "Lula" - condenado por diversos magistrados - passaram a interferir em decisões exclusivas do Executivo e do Legislativo, sempre atendendo ações movidas por partidos nanicos. Criaram também a papagaiada de que Bolsonaro era uma "ameaça à democracia". Até agora, deferentemente do que faz a própria Corte, não vi o presidente censurar ou mandar prender alguém. Ou propor, como "Lula" poucos dias antes do término de seu mandato, a "bolivarização" do país. Sim, eu não esqueci que em 2009, Lula propôs o tal "Plano Nacional de Direitos Humanos" que jogava no lixo num "canetaço" a Constituição, mantendo o Congresso aberto apenas para disfarçar, pois tudo seria decidido por plebiscitos convocados pelo presidente ou por "movimentos sociais". Os demais poderes, Judiciário e Legislativo, seriam submetidos a este mesmo "controle social" e as publicações da mídia passariam pelo crivo Executivo. Dilma tentou o mesmo golpe em 2014, rebatizado de Decreto 8243.

Mas voltemos ao assunto principal. Depois da atuação vergonhosa da imprensa e do STF, para coroar o linchamento, veio a ação dos institutos de pesquisa, em especial o IPEC e o Data Folha, afilhadinhos da Globo e da Folha de São Paulo, respectivamente. Tais institutos, neste primeiro turno das eleições, "erraram" quase todos os seus prognósticos. Escrevo erraram entre aspas porque não acredito que a falha não tenha sido proposital. Na derradeira pesquisa presidencial, o Datafolha chegou a apontar uma vantagem de 14 pontos para o ex-presidiário. Os mesmos institutos, numa clara tentativa de impulsionar a candidatura do PT no maior colégio eleitoral do país, também apontava que Haddad venceria com folga em São Paulo. Na realidade Tarcísio Freitas venceu o candidato petista com uma diferença substancial. O mesmo ocorreu na disputa do governo do Rio de Janeiro. Sabotaram também as campanhas dos senadores Marcos Pontes, em São Paulo, Sérgio Moro, no Paraná, Jaime Bagattoli, em Rondônia e Mourão no Rio Grande do Sul, numa verdadeira tentativa de estelionato eleitoral. É sabido que entre dois a três por cento da população vota em que "vai ganhar". Sabe-se também que alguns candidatos ao Legislativo, receosos de perder votos ao apoiar um perdedor, costumam retirar de suas propagandas o seu nome. Mas, no país da impunidade, tudo é permitido. Mesmo diante de resultados que apontaram uma enorme discrepância entre os seus números e a realidade, os responsáveis pelos institutos mantiveram um "silêncio ensurdecedor" e nenhuma providência foi tomada pelo TRE e o STF, tão ciosos em punir e cassar candidatos ou combater "fake News". Bastaria que o Tribunal Eleitoral verificasse os questionários das sondagens registradas na própria Justiça Eleitoral para ver se foram direcionados em benefício de alguns candidatos. Ou o que STF quebrasse o sigilo telefônico e bancário dos proprietários dos institutos para descobrir quem pagou e quanto receberam para que ocorresse a manipulação eleitoral. Mas infelizmente, tais providências jamais serão tomadas.

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