CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

A mídia brasileira tradicional tornou-se a maior divulgadora de fake news, superando em muito as redes sociais. As distorções de notícias, os "cortes" nas declarações para editá-las conforme a "vontade do freguês", as omissões de notícias que não interessam aos editores, a transformação de "celebridades" semianalfabetas em formadores de opinião e outros truques tomaram conta dos jornais impressos, televisivos e eletrônicos. É de se lamentar, embora não sejamos exceção no mundo moderno. Alguns veículos da grande mídia norte-americana conseguem ser ainda pior.
Mas, em nosso país, para piorar as coisas, ainda temos de aturar "âncoras" totalmente ignorantes comentando as notícias. Na semana que passou, uma delas, da CNN Brasil, ao comentar o desespero de milhares de afegãos tentando fugir pelo aeroporto de Cabul saiu-se com esta pérola: "Não bastasse a guerra, as pessoas estão sem máscara". Outra, do mesmo canal, enquanto os talibãs que ocupavam o Palácio do Governo entoavam o canto "Morte à América", disparou: "Eles parecem afáveis". Em Cabul, uma coleguinha internacional das duas antas, que apesar de estar com o corpo coberto por uma túnica preta não tapou o rosto, foi abordada por um grupo Talibã e teve de deixar o local com a equipe de reportagem. Vai ver acreditou quando o líder do movimento disse que agora as mulheres teriam direitos.
Já durante a Olimpíada, em um canal que divulgava os jogos, o âncora - desta vez um homem - não conseguia entender o porquê de um havaiano estar representando os EUA naquela modalidade de esporte. Ao que parece, a falta conhecimento, pelo menos de rudimentos de história, política e geografia não é mais uma condição para ser âncora de um jornal. Basta uma carinha bonita ou, no caso dos homens, boa estampa e voz empostada.

Provocação
O presidente Jair Bolsonaro, em seus ataques ao STF, inclusive usando palavras de baixo calão, põe mais lenha na fogueira da crise entre os três Poderes. Mas é inegável que, desde sua posse, o STF vem se imiscuindo nas atribuições Executivo, assim como, alegando a falta de iniciativa, nas atribuições do Legislativo. Ao anular simples atos administrativos, a pedido de partidos da oposição, sobretudo da Rede, que possui apenas um deputado e um senador, proibi-lo até mesmo de preencher cargos de confiança e tirar-lhe a prerrogativa de mando sobre a pandemia, o STF mostrou que se arvorou em um "Executivo" sem voto. Além do mais, ao se tornar investigador, acusador e julgador ao mesmo tempo, rasgou a Constituição. Agora, fazendo o papel de bombeiro, o novo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira procurou o presidente do STF, Luiz Fux, para tentar apagar o fogo. Segundo o ministro, Fux está propenso a reabrir o diálogo entre os dois Poderes, mas pretende esperar um sinal do presidente Jair Bolsonaro.

Retaliação
O TSE está estudando aplicar uma resolução que obrigará as plataformas de redes sociais a proibir a geração de receita por páginas e canais com conteúdo político. O alvo, como se sabe, são as de perfil bolsonarista. Segundo uma fonte do Tribunal, "Política e ideologia não podem ser comercializados". Mas usar dinheiro roubado do erário e escondido no exterior pode, não é mesmo?

Coligações
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco declarou esta semana que a PEC que promove uma minirreforma eleitoral e resgata as coligações partidárias nas eleições de deputados e vereadores será analisada pelos senadores no plenário, em respeito à Câmara, embora a tendência é a de que a Casa rejeite as mudanças e mantenha o sistema atual, sem coligações. A volta das coligações foi aprovada por pressão dos partidos nanicos e as siglas de aluguel. Bolsonaristas, psólicos e pcdentos se uniram pela volta da imoralidade.

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