O deputado federal Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara é o pivô do escândalo da tentativa de superfaturamento na compra de vacinas, o primeiro do atual governo. Embora o Ministério da Saúde não tenha de fato comprado as vacinas e no mundo real - não o da CPI da Cloroquina - não exista corrupção sem entrega de dinheiro, a tentativa, ao que parece, ocorreu. O fato não causou surpresa nos meios políticos, embora alguns destes tenham se mostrado "chocados" com o fato em questão. Quando o presidente optou por se juntar ao Centrão - o que custou a cabeça do ex-ministro Sérgio Moro - sabia-se que era apenas uma questão de tempo para que o costumeiro saque aos cofres públicos, especialidade do grupo, tivesse início.

Escândalo de verdade
A Aneel, a agência beneficiadora das termelétricas resolveu antecipar o natal para suas protegidas, dando um aumento de cerca de 80% na tarifa da "bandeira vermelha 2" no mês de julho. Mas ao que parece, o que importa realmente para o Congresso são os desdobramentos da CPI da Cloroquina.

Fará falta
Embora praticamente extinta por atos do Legislativo e do STF e com seus membros perseguidos como se fossem bandidos perigosos por esta Corte, a Operação Lava Jato segue beneficiando, pelo menos financeiramente o país. Graças a ela, já foram devolvidos mais de R$9,1 bilhões roubados dos cofres públicos durante os governos do PT. Por enquanto, pois segundo o Segundo as previsões do Ministério Público Federal as devoluções de dinheiro roubado devem atingir a marca dos R$ 32 bilhões.

Vacinação
O Brasil atingirá este fim de semana a marca de 100 milhões de doses aplicadas de imunizantes contra a covid-19. Apenas China, EUA e Índia aplicaram tantas vacinas. O ritmo de vacinação mantém uma média de mais de um milhão de pessoas por dia há mais de um mês. Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo foram os primeiros estados a ultrapassar a marca de 40% da população vacinada com pelo menos uma dose. O país já conseguiu imunizar um terço de toda a população. Se levarmos em conta apenas a população adulta, a maior de 18 anos, chegamos a 45%. A campanha nacional de imunização, que teve início em 17 de janeiro, em qualquer outro país do mundo seria considerada um sucesso. No Brasil, gerou uma ridícula CPI.

Cegueira
As redes de televisão, juntamente com a mídia escrita e falada dedicaram semanas inteiras a dois únicos assuntos: a CPI da Cloroquina e a caça ao bandido Lázaro. Enquanto isso, na surdina, a Câmara Federal aprovou mais uma lei enfraquecendo o combate a corrupção no país.  Em votação realizada às pressas e sem discussão mais ampla, aprovou um projeto que mudou a Lei de Improbidade Administrativa. Com apoio da maioria da bancada governista e de praticamente toda a oposição, alterou a lei prevê punições para agentes públicos corruptos. Agora, será preciso provar que o gatuno de dinheiro público teve a intenção de praticar ato que caracterize a improbidade. Já o STF, através do dublê de advogado do PT e ministro, Ricardo Lewandovski, ergueu mais um muro de proteção à Luiz Inácio da Silva, o "Lula". Nosso herói anulou as provas obtidas contra o ex-presidente  nos acordos de leniência com a Odebrecht.