CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Caso Rafael

Júri cancelado após defesa abandonar o plenário

Arquivo/JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Dois anos após o assassinado do menino Rafael Winques, de 11 anos, em Planalto, no norte do Estado, a pequena cidade, de cerca de 10 mil habitantes, voltou às notícias nos últimos dias por conta do julgamento pelo júri popular da dona de casa Alexandra Salete Dougokenski, 34 anos, mãe do menino e única acusada pelo crime. Mas o júri, além de ser o de maior impacto já realizado no município - inclusive ocorria em um ginásio de esporte por falta de estrutura no Fórum local - foi cancelado após onze minutos de duração.

Logo no início da sessão, a defesa de Alexandra, comandada pelo advogado Jean Severo, apresentou um áudio extraído do telefone celular do pai do menino, Rodrigo Winques, em que supostamente Rafael diz ao pai "Sim, ela tá falando com a minha mãe ali". Severo e seus colegas de bancada então solicitaram à juíza presidente, Marilene Campagna, a realização de uma perícia, a fim de comprovar que se trata realmente de Rafael. Ela negou.

Diante da negativa da juíza e em nome da plenitude de defesa, os advogados se retiraram do plenário, cuja consequência é a dissolução do conselho de sentença e o adiamento do julgamento. O chamado abandono do plenário do júri não configura, porém, abandono do processo. A ação dos advogados garantirá a eles a possibilidade de conquistar a perícia que no novo material, que de acordo com Severo, foi descoberto no último sábado, 19/3, enquanto os defensores finalizavam sua preparação para o júri.

"É um protesto gigantesco, com centenas de áudios, com extração de conversas, mais de 14 mil páginas. No sábado descobrimos esse áudio. É uma prova de que Rafael estava vivo. Mostramos o áudio e o Ministério Público disse que não é o Rafael. Pedimos a perícia, que foi indeferida. Por isso deixamos o plenário", explica Jean Severo. "Vamos produzir a prova pericial, juntar aos autos e ir a júri. Vamos ver quem está mentindo", finaliza.

O caso

Rafael Mateus Winques foi morto em 2020. O corpo do menino foi encontrado dentro de uma caixa de papelão no terreno da casa vizinha à sua. Alexandra responde por homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima), ocultação de cadáver, fraude processual e falsidade ideológica. De acordo com o Ministério Público, ela estrangulou o filho, após drogá-lo com medicamentos para dormir. O motivo seria o incomodo com as negativas do menino de acatar suas ordens.

À época, Alexandra chegou a confessar o crime, mas voltou atrás. A tese da defesa é a negativa de autoria, apontando que o crime fora cometido pelo pai da criança e que Rodrigo, a partir daí teria passado a ameaçar o filho mais velho de Alexandra, caso ela contasse algo a alguém.


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