Dados levantados pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública, com base em informações do Exército, o número de registros de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) no país passou de aproximadamente 117 mil, em 2018, para mais de 670 mil durante o ano de 2022. O número total de integrantes desse grupo supera o total da soma dos efetivos das polícias militares dos estados brasileiros.

O número de CACs aumentou 82,5% em um período de menos de quatro anos, sendo assim, a quantidade de pessoas cadastradas é maior do que os 406 mil policiais militares da ativa que atuam em todo o Brasil. Também é maior do que o efetivo de 360 mil integrantes das Forças Armadas.

Atualmente, existem 2,8 milhões de armas registradas em acervos particulares. Além da quantidade definida como pertencente a CACs, que chega a 957,3 mil. Outras 692,5 mil armas pertencem a cidadãos comuns com autorização para posse ou porte. Os dados fornecidos pelo Exército não fornecem precisão acerca dos tipos e modelos dos armamentos e munições comprados e registrados pelos atiradores. Apesar disso, o arsenal nas mãos de civis chega a quase 3 milhões de armas, incluindo aquelas de calibre restrito, como fuzis.

A falta de padronização do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), o banco de dados responsável por manter atualizado o cadastro de armas adquiridos pelos CACs, resulta na discrepância de dados de registro das diferentes regiões militares do país. Além disso, erros no preenchimento do Sigma levaram à inclusão nas planilhas de armas que não são permitidas para os CACs, como morteiros e canhões.

Regiões

O RS é a terceira região militar que mais possui número de armas de CACs. Segundo informações do Exército Brasileiro, em primeiro lugar está a 2ª Região Militar (RM) que abrange o estado de São Paulo, com 252,1 mil registros. Em seguida é a 5ª RM que engloba os estados do Paraná e Santa Catarina, com 252,1 mil. Em terceiro lugar está a 3ª RM localizada no estado gaúcho, com 136,9 mil registros.