Covid-19
Após aumento de 54% nos óbitos, RS segue na bandeira preta
Pela terceira semana consecutiva, todo o Rio Grande do Sul está em bandeira preta - nível de risco máximo previsto no modelo de Distanciamento Controlado. A notícia não é nova já que o governador Eduardo Leite (PSDB) havia antecipado a decisão já na semana passada. No entanto, seguindo a rotina desde a implantação do Distanciamento, ele fez a divulgação dos indicadores da 45ª rodada na tarde desta sexta-feira, 12/3, comprovando o esgotamento da capacidade de atendimento hospitalar do Estado.
Todos os 11 indicadores monitorados com relação à velocidade de propagação do coronavírus e à capacidade de atendimento hospitalar tiveram piora nesta semana - mesmo calculados em cima de números recordes da rodada anterior.
Entre os indicadores chamou a atenção o aumento de 19% nas hospitalizações em UTI e de 27% nas internações em unidades clínicas, e o aumento de 54% no número de óbitos. Na quinta-feira, 11/3, o Estado bateu u, novo recorde diário: foram 276 mortes confirmadas em apenas 24 horas.
De acordo com o Executivo, mesmo com um aumento de 3% no número total de leitos de terapia intensiva existentes e a redução dos internados por outras causas, a elevação dos pacientes com diagnóstico confirmados de covid-19 em UTI fez com que se mantivesse ocupado quase a totalidade dos leitos do Estado, inclusive fora dos leitos regulares, o que indica operação acima da capacidade indicada em algumas regiões. É o caso de Cachoeira do Sul. Nesta sexta-feira o Hospital de Caridade e Beneficência (HCB) registrou 19 pacientes internados em UTI - 18 deles são de Cachoeira - e 16 pacientes na Unidade Clínica.
Os números fizeram com que, mais uma vez, fosse acionada a salvaguarda que aplica automaticamente a bandeira de nível máximo a todas as regiões. Nesta rodada, novamente teriam ficado em bandeira vermelha (nota abaixo de 2,50) as regiões de Bagé (2,41) e Pelotas (2,31), por conta da variação de leitos de UTI, visto as correções de residência dos pacientes hospitalizados nos leitos intensivos. No entanto, a regra tem o objetivo de evitar colapso da regulação de leitos estadual e garantir que haja possibilidade de transferência de pacientes.
Na 43ª rodada (divulgada em 26/2), o Estado tinha 229 leitos livres para atender Covid. Na semana passada (44ª rodada, dia 5/3), esse número passou a ser negativo, com déficit de 25 leitos. Agora, apresenta falta de 213 leitos de UTI.
Mesmo tendo ampliado em 137% a capacidade hospitalar desde o início da pandemia, Leite reafirmou que o Estado segue fazendo todo o esforço possível para seguir expandindo os leitos de UTI. Há, ainda, previsão de abertura de mais 183 unidades nos próximos 10 dias.
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