Setembro Verde
Número de doações de órgãos caiu em 2021
Ilustração imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -
Hoje, 1/9, começa a campanha Setembro Verde, um movimento anual realizado em todo o País para conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Ao longo do mês são realizadas atividades que buscam trazer à tona a discussão acerca da importância da doação e da comunicação desta decisão à família. Não há, no Brasil, um documento ou algum tipo de processo que possa ser adotado ao longo da vida para que, em caso de uma morte encefálica, os órgãos sejam doados. Dessa forma, se faz necessário que a pessoa que deseja ser uma doadora, comunique sua família.
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a negativa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil. Em 2018, 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes, após uma morte encefálica comprovada.
Ainda conforme a ABTO, o número de doadores de órgãos caiu 26% no país em 2021, devido à pandemia de covid-19. Os procedimentos mais afetados foram os de pulmão (62%), rim (34%), coração (34%) e fígado (28%). O risco de contaminação e a lotação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em decorrência do coronavírus foram as principais razões da queda.
De acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde, até maio de 2021, um total de 2 172 pessoas aguardavam na lista de espera por um transplante. Destas, 1 076 pessoas esperavam por transplante de rins.
O que pode ser doado
Um único doador pode beneficiar até 25 pessoas, ou melhor, 25 vidas. No entanto, oito pessoas em média são beneficiadas e os transplantes mais comuns: coração, fígado, rim, pâncreas, pâncreas/rim, pulmão, intestino e estômago. Além destes, que são órgãos, é possível doar tecidos: sangue, córnea, pele, medula óssea, dura máter, crista ilíaca, fáscia lata, patela, costelas, ossos longos, cabeça do fêmur, ossos do ouvido, safena, vasos sanguíneos, válvulas cardíacas, tendões e meninge.
Política estadual
Presidente da Frente Parlamentar de Estímulo à Doação de Órgãos da Assembleia Legislativa, a deputada estadual Franciane Bayer apresentou o Projeto de Lei 273/2021 que institui a Política Estadual de Conscientização e Incentivo a Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos. "A iniciativa pretende informar e conscientizar a população sobre a relevância da doação de órgãos e tecidos, promovendo a formação de consciência doadora na sociedade gaúcha, contribuir para o aumento no número de doadores e para o aumento da efetividade das doações no estado", destaca Franciane.
A proposição também prevê a promoção da discussão, do esclarecimento científico e da desmistificação do tema, o auxílio à Central de Transplantes do RS para que atenda tempestivamente às necessidades de saúde da população, além da formação continuada de gestores e de profissionais de saúde e da educação com relação ao tema. "A Política Estadual de Conscientização e Incentivo a Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos poderá contemplar a realização de campanhas de divulgação e conscientização, o desenvolvimento de atividades, nos estabelecimentos de todos os níveis de ensino, voltadas para a disseminação de conteúdos que promovam a conscientização dos estudantes, entre outras ações estratégicas sugeridas no projeto", explica a autora.
Deixe seu comentário