A bomba que estourou ontem em Brasília promete desdobramentos imprevisíveis, quem sabe arrasando quarteirões. Queiroz, o sumido, que, ao que transpareceu, não se fazia nenhuma questão de encontrá-lo, se escondeu - ou foi escondido - por mais de um ano, é um arquivo cujo conteúdo o pode abalar não só o filho do presidente, mas o próprio caso assuma publicamente a sua defesa do filho como qualquer pai faria, só que nesse caso o pai é o chefe do poder executivo. Qualquer ilação nesse momento é apressada, para não dizer irresponsável, mas a conduta adotada por Queiroz leva à conclusão de que está envolvido em fatos graves, não só à sua pessoa, mas aos outros participantes em malfeitos, pois se o que de ilegal cometeu se circunscrevesse tão somente à sua pessoa, então não haveria motivo para se entocar por mais de um ano, acoitado na casa do advogado da família Bolsonaro como se autodenominava até ontem. Pelo que li, as investigações do Ministério Público apontam Queiroz como o agente centralizador de movimentações financeiras atípicas, recebendo e depositando regularmente valores na conta do senador Flávio Bolsonaro, pagando em espécie contas pessoais dele e, em uma oportunidade, creditando valores na conta de titularidade da primeira dama Michelle Bolsonaro. A evolução das investigações e futura proposta de delação premiada, serão decisivas para os destinos de quem restar comprovado o envolvimento nas nebulosas transações praticadas por Queiroz. Como não conheço uma linha do inquérito; dos fatos que levaram a decretação da prisão preventiva do ex-assessor do à época deputado estadual Flávio Bolsonaro, não posso ou devo emitir opinião sobre sua obscura atividade, no máximo dizer que a versão por ele apresentada para movimentar tanto dinheiro é ridícula, insustentável. Os próximos capítulos prometem emoções fortes, quem sabe capazes de criar um terremoto de consequências imprevisíveis.