CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

1º trimestre

PIB da agropecuária tem maior queda desde 2019

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O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária teve queda de 2,8% no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados ontem. O PIB geral teve recuo de 0,1% na comparação com o trimestre anterior.

Este é o pior desempenho da atividade desde o primeiro trimestre de 2019, quando houve um recuo de 2,9% ante o quarto trimestre de 2018. Na comparação com o segundo trimestre de 2020, o PIB da agropecuária mostrou alta de 1,3%.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o desempenho do setor no resto do ano será afetado por condições climáticas desfavoráveis. Problemas como seca e geada, que prejudicaram a produção do milho safrinha, já pesaram sobre o resultado de abril a junho e devem se fazer presentes também nos últimos trimestres. De acordo com o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, é justamente o clima a maior preocupação. "Acompanhamos com receio os possíveis impactos do clima sobre a safra 2021/22 com seca no Centro-Oeste e a questão hídrica dos reservatórios, que vai aumentar o custo de produção especialmente de aves e pecuária de leite", disse.

Diante do cenário, a CNA vai revisar para baixo a expectativa de crescimento para o acumulado do ano. A entidade esperava alta de 2,3% no PIB do setor ante 2020, agora a previsão deve ficar próxima ao reportado em 2020, de 2%. "Ainda haverá crescimento, mas veremos desaceleração ante a alta de 3,3% do primeiro semestre. Não será um corte significativo. Devemos ter um resultado similar ao de 2020", antecipou Conchon.

Segundo ele, a perspectiva considera um arrefecimento no PIB do setor no terceiro trimestre e uma retomada no quarto trimestre. Entre os produtos que devem contribuir positivamente para o desempenho do setor nos dois últimos trimestres deste ano, Conchon citou a estimativa de boa safra de trigo e o aumento na produção de carnes. Este último fator vai depender do câmbio, das exportações e do consumo interno das proteínas.

Quanto ao segundo trimestre do ano, Conchon avaliou o avanço de 1,3% ante o mesmo período do ano passado como positivo, embora tenha sido inferior às expectativas iniciais. "A alta poderia ser maior, caso não houvesse os efeitos climáticos adversos. Começamos a observar os impactos por clima no primeiro trimestre com atraso na safra de verão, o que se agravou no segundo trimestre com seca e geadas que prejudicaram a safrinha de milho", explicou o coordenador da CNA.

Em contrapartida, bons resultados com a produção de soja, arroz e carnes compensaram a retração do milho no desempenho da agropecuária no trimestre. "A atividade pecuária teve resultado significativamente positivo com maior produção puxada pela firme demanda internacional", acrescentou.

Mesmo com o crescimento menor do que inicialmente previsto para o ano, a agropecuária tende a aumentar sua participação no PIB total do País este ano, prevê a CNA. No ano passado, o PIB do setor contribuiu com 6,8% do PIB nacional. "Este ano deverá crescer para acima de 7% e tende a chegar a 8% em 2022", projeta Conchon.


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