30 de agosto
Saiba tudo sobre a Esclerose Múltipla
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No dia 30 de agosto, em todo o Brasil são promovidas ações de conscientização da Esclerose Múltipla (EM), uma doença autoimune, crônica, progressiva e silenciosa que acomete principalmente mulheres jovens de 20 a 40 anos.
Os mecanismos principais da doença envolvem a perda da bainha de mielina - um material adiposo que reveste os neurônios- responsável pela condução normal e rápida de mensagens elétricas entre o cérebro e o corpo, além da perda da própria "fibra nervosa" ou axônio, que é o prolongamento do neurônio (mecanismo degenerativo). Essas reações do organismo causam interferências na comunicação entre o corpo e o cérebro.
Para abrirmos uma porta, por exemplo, o cérebro envia um comando (estímulo elétrico) que passa pelo nosso sistema nervoso e chega até a mão, que realiza o movimento. Agora imagine que no caminho entre o cérebro e a mão havia uma barreira. A mensagem nunca seria entregue e a mão nunca abriria a porta. As células com a bainha de mielina destruída funcionam mais ou menos como essa barreira, e atrapalham o envio de mensagens do nosso cérebro para o resto do corpo.
Cerca de 85% dos casos da doença manifestam-se na forma de surtos que podem durar dias ou até semanas e que variam de pessoa para pessoa. Embora ainda não tenham sido descobertas as razões pelas quais a doença se desenvolve, os avanços da medicina já garantem aos portadores uma perspectiva muito melhor do futuro e da evolução da doença. Mas para isso, é muito importante que a EM seja diagnosticada precocemente.
Como os sinais se confundem com sintomas de outras patologias consideradas relativamente simples de se resolver, a pessoa negligencia a investigação e acaba recebendo o diagnóstico tardio, quando as manifestações já são mais evidentes.
Causas e Sintomas
As causas da EM ainda não são totalmente conhecidas, mas existem estudos que sugerem que fatores genéticos, o ambiente em que a pessoa vive e até mesmo um vírus podem desempenhar um papel em seu desenvolvimento. Sabe-se, porém, que a evolução da doença é muito diferente de um paciente para o outro.
Na sua fase inicial, os sintomas costumam ser bem sutis e quase sempre desaparecem em aproximadamente uma semana. É aí que mora o perigo. Devido aos primeiros sintomas serem leves e passageiros, muitos pacientes passam anos sem diagnóstico nem tratamento.
Apesar de os sintomas serem diferentes em cada paciente, os mais frequentes são os sensitivos e motores, seguidos dos visuais e tremores. Entre os sintomas sensitivos, o mais comum é a perda de sensibilidade dos membros inferiores ou de todo um lado do corpo. Já os sintomas motores incluem fraqueza e dificuldade para escrever ou para correr. É neste momento que muitos dos pacientes procuram o médico pela primeira vez.
Principais sintomas: Visão embaçada e dor ao mover os olhos, visão dupla, fraqueza muscular, dormência e formigamento, incoordenação e desequilíbrio, urgência e incontinência urinária, fadiga.
Diagnóstico
Pela enorme variedade e desaparecimento espontâneo, em muito casos, dos sintomas iniciais, o diagnóstico de um paciente com esclerose múltipla pode ser muito difícil.Em geral, os primeiros médicos a serem procurados variam de acordo com o sintoma apresentado. Pacientes com visão turva, por exemplo, costumam procurar um oftalmologista (oculista). Apenas após diferentes sintomas, o paciente é encaminhado para o neurologista.
Tratamento
Infelizmente, ainda não existe cura para a Esclerose Múltipla. Mas ela pode ser controlada, permitindo que os pacientes vivam com qualidade por muitos anos.1
Por se tratar de uma doença inflamatória que destrói a bainha de mielina, com manifestações que vão e voltam, o tratamento tem dois objetivos principais: reduzir o número de surtos e o acúmulo da incapacidade.
Atualmente existem diversos medicamentos que auxiliam no tratamento de pacientes com Esclerose Múltipla, conhecidos como Terapias Modificadoras da Doença (TMD). Confira as principais TMDs disponíveis no Brasil:
?Interferon beta
?Acetato de Glatirâmer
?Teriflunomida
?Fumarato de Dimetila
?Fingolimode
?Natalizumabe
?Alentuzumabe
?Ocrelizumabe
?O tratamento escolhido vai depender principalmente da característica da doença, por isso é extremamente importante conversar sempre com o neurologista para avaliar a melhor opção.
Mas o tratamento da Esclerose Múltipla não deve ser feito apenas com medicamentos. Associado ao tratamento farmacológico, deve acontecer um tratamento complementar que abrange outras necessidades, como: fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional e apoio psicológico.
Hábitos para uma vida mais saudável com EM
É importante empoderar-se, se envolvendo em hábitos saudáveis de estilo de vida como comer refeições bem equilibradas, encontrando um regime de exercícios que seja agradável e apropriado para suas necessidades da EM, e vendo com seu médico quais cuidados serão necessários regularmente.
Coma bem - O papel da dieta na esclerose múltipla é um tema controverso. Alguns estudos sugerem que certas dietas com base em plantas e com baixo teor de gordura podem aliviar os sintomas relacionados à EM, como a fadiga. O pensamento por trás dessas dietas é que eles exercem um efeito anti-inflamatório sobre o corpo, impedindo o sistema imunológico de uma pessoa de atacar a mielina no cérebro e medula espinhal. O problema é que os estudos de pesquisa até agora mostram resultados mistos e são especulativos neste momento.
Ainda assim, escolher uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais e grãos integrais (uma que é pobre em gordura saturada e rica em fibras) é boa para a sua saúde física e mental e ajuda a EM também.
Faça exercícios - Os exercícios desempenham um papel central no cuidado de uma pessoa com EM. Estudos mostram que o exercício pode reduzir o número de recidivas de EM e problemas relacionados à marcha. O exercício também foi encontrado como forma para melhorar a fadiga relacionada a EM e depressão. Além disso, se você não pode se envolver em exercício aeróbio, ioga pode ser uma boa opção para você. De fato, a pesquisa sugere que a ioga é tão eficaz quanto o exercício aeróbico na redução da fadiga relacionada a EM.
Tome sua medicação para EM - Se você foi diagnosticado recentemente com a esclerose múltipla, é importante começar uma medicamentação que modifique o curso da doença o mais cedo possível. Tomar sua medicação de EM como parte de sua "vida bem com plano de EM" irá garantir a sua prioridade em sua vida.
Além disso, os medicamentos contra a EM são os melhores durante a fase inicial da EM. Isto é quando suas células do sistema imunológico atacam a mielina e você experimenta recaídas distintas. Os estágios posteriores da EM são mais um processo progressivo, degenerativo, e as atuais terapias modificadoras da doença não são tão eficazes.
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