Segundo trimestre
Exportações do agronegócio gaúcho registram alta de 42%
As exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul somaram US$ 4,6 bilhões no segundo trimestre de 2021, uma alta de 42% em valor na comparação com o mesmo período do ano anterior. O desempenho no trimestre foi puxado pelo complexo soja (US$ 2,8 bilhões; +56,2%), carnes (US$ 614,3 milhões; +24,8%) e produtos florestais (US$ 342,9 milhões; +55,4%), enquanto fumo e seus produtos (US$ 241,3 milhões; -2,1%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 102,0 milhões; -46,1%) tiveram resultado abaixo do registrado no segundo trimestre de 2020. Em termos absolutos, o incremento foi de US$ 1,4 bilhão, o que garantiu o segundo melhor trimestre em vendas do Estado desde o início da série histórica, em 1997, perdendo apenas para o terceiro trimestre de 2013.
No acumulado dos seis primeiros meses de 2021, a alta nas exportações gaúchas do agronegócio foi de 30,5% em valor na comparação com o primeiro semestre de 2020, atingindo US$ 6,6 bilhões. Sem considerar a inflação do período, o valor é o maior desde 1997 e representa um aumento de US$ 1,5 bilhão no comércio.
As informações sobre as vendas do período e do acumulado do primeiro semestre de 2021 fazem parte do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nseta semana pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e elaborado pelos analistas Rodrigo Feix e Sérgio Leusin Júnior.
Setores e principais destinos
O complexo soja viu no aumento das vendas da soja em grão (mais US$ 788,7 milhões, +52%) o principal destaque no período, seguido das altas nas vendas do farelo de soja (mais US$ 145,7 milhões; +65,8%) e do óleo de soja (mais US$ 71,8 milhões; +138,8%).
No setor de carnes, a expansão nas vendas externas das carnes de frango (mais US$ 90,6 milhões; +42%) e suína (mais US$ 45,1 milhões; +26,7%) puxaram os resultados, já que a carne bovina teve queda de US$ 13,8 milhões (-17,3%) na sua comercialização.
No setor de produtos florestais, as exportações de celulose (mais US$ 63 milhões; +41,9%) e de madeiras em bruto e manufaturas de madeira (mais US$ 56,4 milhões; +87,3%) sustentaram a elevação. Para o segmento de cereais, farinhas e preparações, o resultado negativo do segundo trimestre de 2021 veio puxado pela baixa nas vendas do arroz (menos US$ 99,45 milhões; -55%).
Entre os principais destinos, a China foi responsável por 58,7% dos valores, com uma alta de US$ 903,1 milhões em compras (+50,6%). O destaque na pauta do país asiático foi a soja em grão (mais US$ 750,1 milhões; +51,1%), enquanto o óleo de soja (mais US$ 44,1 milhões; +165,8%), celulose (mais US$ 36,3 milhões; +84,8%) e a carne suína (mais US$ 35,2 milhões; +26,2%) também contribuíram no resultado final. União Europeia (8,5% do total), Coreia do Sul (3,6%), Estados Unidos (3,3%) e Irã (2,3%) completam o ranking dos cinco primeiros colocados em compras do Estado.
Emprego formal no campo
O segundo trimestre de 2021 registrou saldo negativo de 6,33 mil postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul. O resultado é esperado para o período em função da sazonalidade da produção agrícola, que tem a partir de abril um movimento de desmobilização da mão de obra. No mesmo período de 2020, a baixa foi de 10 332 postos. "No segundo trimestre de 2021, a perda de empregos foi inferior à registrada em 2020 principalmente em razão do desempenho das indústrias de máquinas agrícolas e do couro, além do setor atacadista de produtos agroindustriais, que se beneficiou da recuperação da produção agrícola no RS, após um ciclo de forte estiagem", afirma Feix.
Dentre os três segmentos que constituem o agronegócio, "antes", "dentro" e "depois" da porteira, apenas o "antes da porteira", formado por atividades de fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos, registrou saldo positivo (1.969 postos). A maior redução foi registrada no segmento "depois da porteira", composto predominantemente por atividades agroindustriais, com menos 4.432 postos, seguido do "dentro da porteira", constituído pelas atividades agropecuárias, com menos 3.867 empregos.
No acumulado do primeiro semestre, no entanto, o saldo da criação de postos de trabalho com carteira assinada é positivo em 20.073 vagas, um ganho em relação aos seis primeiros meses de 2020, quando o saldo positivo foi de 8.897. Na comparação com o conjunto da economia gaúcha, que teve um saldo positivo de 93.139 postos de trabalho no semestre, o agronegócio representa 22% do saldo total de empregos formais gerados no Estado.
Em junho de 2021, o estoque de empregos (vínculos ativos) com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul era de 356.861 vínculos, contra 334.986 do mesmo período de 2020.
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