CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Caso Rafael

Júri de Alexandra Dougokenski é antecipado para janeiro

O Judiciário antecipou a data de julgamento pelo júri popular da dona de casa Alexandra Salete Dougokenski, acusada de matar o próprio filho, o menino Rafael Winques, com 11 anos à época do crime, em maio de 2020. Ela será julgada no dia 16 de janeiro de 2023, em Planalto, no norte do Estado. Inicialmente ela seria julgada em março deste ano, mas o júri foi suspenso e o julgamento reagendado para 24 de abril de 2023.

Em março, a sessão de julgamento chegou a começar, mas foi cancelada onze minutos depois, quando a defesa de Alexandra, comandada pelo advogado Jean Severo, abandonou o plenário. Na ocasião, os advogados apresentaram um áudio extraído do telefone celular do pai do menino, Rodrigo Winques. O arquivo tem data posterior a suposta data do crime e foi 'encontrado' pela defesa da mãe do menino às vésperas do julgamento. Severo e seus colegas de bancada então solicitaram à juíza presidente, Marilene Campagna, a realização de uma perícia, a fim de comprovar se realmente tratava de Rafael. Ela negou.

Diante da negativa da juíza e em nome da plenitude de defesa, os advogados se retiraram do plenário, cuja consequência é a dissolução do conselho de sentença e o adiamento do julgamento. O chamado abandono do plenário do júri não configura, porém, abandono do processo.

Perícia

A ação dos advogados garantiu a eles a possibilidade de conquistar a perícia no áudio. Inicialmente houve recusa do Judiciário em solicitar a perícia, porém, um a defesa de Alexandra contratou peritos particulares, com vasta experiência, para analisar o material. Este exame conformou, primeiramente, a autenticidade do áudio, e por fim assegurou que a voz é mesmo do menino Rafael.

Foi então que a Magistrada solicitou ao Instituto Geral de Perícias (IGP) que realizasse uma nova perícia, a fim de identificar se o áudio havia sido enviado diretamente ao pai, pelo menino, ou encaminhado a ele por terceiros. A conclusão desta análise foi de que o arquivo foi recebido pelo celular do pai a partir de um encaminhamento, ou seja, uma terceira pessoa enviou o áudio. Sendo assim, não se trata de um áudio original podendo ter sido gravado antes. Para o MP, este fato anula o argumento de que o menino estaria vivo na data indicada na denúncia como sendo a data do crime, 14 de maio de 2020, pois comprova que o áudio não foi gravado na noite de 15 de maio.

O novo júri

A defesa de Alexandra não sofreu alterações e segue aos cuidados de Jean Severo. Já O Ministério Público estará representado em plenário pelos promotores Michele Dumke Kufner, Diogo Gomes Taborda e Marcelo Tubino Vieira.

Alexandra está presa e responde pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa), ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.

Diferentemente do que ocorreu na primeira tentativa de julgamento, e do que era previsto para abril, em que o júri seria realizado em outro local, mais amplo, a juíza Marilene Campagna decidiu realizar a sessão no Salão do Júri da comarca de Planalto, com espaço limitado para público e imprensa.

Haverá transmissão do julgamento pelo canal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul no YouTube. Devido ao espaço físico, além dos membros da acusação e da defesa, poderão acompanhar o julgamento em plenário apenas familiares (da vítima e da acusada) e os profissionais de imprensa do TJRS. Os veículos de comunicação terão acesso a uma sala de apoio no Foro de Planalto, onde poderão ficar durante o julgamento. Foram reservadas 15 vagas.


Anulação de provas digitais colhidas sem autorização judicial barra abusos Anterior

Anulação de provas digitais colhidas sem autorização judicial barra abusos

Empossada nova juíza da comarca de Cachoeira Próximo

Empossada nova juíza da comarca de Cachoeira

Deixe seu comentário