Executivo municipal
Com renúncia de Germano, Angela toma posse na segunda-feira
A vice-prefeita e prefeita em exercício Angela Schuh (PP) será empossada definitivamente como prefeita de Cachoeira do Sul no início da tarde de segunda-feira, 11/12. O ato acontece no plenário do Palácio Legislativo João Neves da Fontoura, antes da sessão ordinária do parlamento.
Angela está à frente do governo municipal desde o dia 28 de setembro, quando após o prefeito José Otávio Germano (PP) ter sido afastado do cargo pela Justiça, a pedido do Ministério Público que o investiga por corrupção. Na ocasião, Angela assumiu o Executivo Municipal pelo período de 180 dias. No entanto, na manhã desta quinta-feira, 7/12, Germano renunciou ao cargo.
Renúncia
Germano comunicou sua renúncia à Câmara ainda pela manhã e pouco depois divulgou uma “Carta Aberta ao Povo de Cachoeira do Sul”. No documento, disse que o fazia com “tristeza e gratidão”. Lembrou sua trajetória de mais de 35 anos na vida pública, desde a primeira eleição para vereador, em 1988, até o último pleito, em 2020. “Devo tudo o que conquistei na minha trajetória pública a Cachoeira do Sul”, disse. “Meu sentimento não poderia ser outro, senão o de extrema gratidão a cada cachoeirense que esteve comigo nesses 35 anos. Obrigado a cada um e a cada uma, especialmente pela palavra carinhosa e pelo afeto, sentimentos que jamais esquecerei de um povo que merece muito mais”, completou.
Sem citar as acusações de corrupção ou a própria Operação Fandango, deflagrada em setembro, Germano disse que sua decisão se baseia na necessidade de cuidar da saúde. “A dor de renunciar um cargo tão almejado e especial como o de Prefeito de Cachoeira do Sul, só não é maior do que a necessidade de preservar a minha própria vida”, disse. “Renuncio porque preciso de tratamento médico, sério e duradouro. Subestimei uma doença, enfermidade que atinge milhões de brasileiros, trazendo tristezas e frustrações para todos, especialmente para a família e amigos”, escreveu.
Por fim, disse que “exercer o cargo de Prefeito de nossa cidade foi um sonho e um privilégio”, e desejou sucesso a Angela Schuh “e a todos os servidores, aos quais agradeço pela paciência e pelo intenso trabalho exercidos todos os dias”.
Operação Fandango
A Operação Fandango foi deflagrada em 28/9, com a execução de mandados de busca e apreensão na Prefeitura, em algumas secretarias municipais, e na casa de Germano, de membros do seu primeiro escalão e empresários. A ação investiga a ocorrência de fraudes em licitações no município.
A investigação apura a ocorrência de delitos licitatórios, corrupção ativa e passiva, concussão e crimes de responsabilidade e é encabeçada pela Procuradoria da Função Penal Originária (PFPO), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e Divisão de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil.
Constam como investigados agentes públicos, privados e empresários envolvidos nas licitações e negociações suspeitas. De acordo com o MPRS, a suspeita é de que havia um ajuste entre administradores municipais e empresários para que parte dos pagamentos oriundos dessas licitações fossem destinadas a estes agentes públicos, custeando suas despesas pessoais.
Na ocasião, além de Germano, foram afastados os secretários Léo Zahn (Administração), Cláudia Scarparo (Planejamento), Geraldo Fogliarini (Meio Ambiente), Carolina Larrondo (Interior) e Claudio ‘Cláudinho’ Schlottfeldt (Fazenda); a chefe de Gabinete do Prefeito, Maria Teresa Boaz, e os assessores de Gabinete Juliano Zotele e Maiquel Paschoal.
Após seu afastamento, Germano emitiu nota negando envolvimento em qualquer atividade de corrupção. Ele também falou sobre uma quantia de cocaína encontrada em sua casa durante as buscas e chegou a dizer que os policiais “se enganaram”, e que o pó encontrado é, na verdade, o polvilho medicinal Pó Pelotense.
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