Caged
Rio Grande do Sul perdeu 88,6 mil empregos formais
O Rio Grande do Sul registrou entre janeiro e agosto de 2020 a extinção de 88,6 mil vínculos de emprego formal, o que representa redução de 3,5% do contingente total de empregos. Para o Governo do Estado, a situação é resultado da pandemia e de estiagem.
A variação do emprego formal, que teve como fonte os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, é um dos apontamentos disponíveis no Boletim de Trabalho, divulgado nesta quinta-feira, 15/10, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
A maior parte dos gaúchos que perderam o emprego foi desligado entre os meses de março e junho, com o pior momento registrado em abril. Foram 79,3 mil vínculos eliminados. De acordo com o Boletim, a partir de julho o mercado passou a apresentar sinais de recuperação, com a tendência de alta, tímida, porém, confirmada em agosto. Ainda assim, no acumulado de janeiro a agosto, a redução atingiu 88,6 mil empregos.
Na comparação com o Brasil, a variação do Estado foi 2,19% pior do que a média nacional e a quinta pior entre os estados.
Setores
Por setor, Comércio (-5,5%) e Serviços (-3,7%) tiveram as perdas mais significativas no emprego formal. A Indústria de transformação (-2,3%) e a Construção (-1,5%) apresentaram reduções mais brandas, enquanto a Agropecuária, setor em que o emprego formal é menos significativo do que a ocupação não formalizada, foi a única a registrar variação positiva (+0,1%).
Em números absolutos, as atividades mais afetadas foram o comércio varejista, com 27 mil empregos a menos; preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, que perdeu 16,5 mil empregos; alimentação, com 16,1 mil postos de empregos perdidos; transporte terrestre, com derrubada de 6,2 mil empregos; e alojamento, que perdeu 4,9 mil empregos. Os resultados positivos ocorreram apenas na fabricação de produtos de fumo, com 5,9 mil novas vagas; atividades de atenção à saúde humana, com 3,5 mil novas vagas; e fabricação de produtos alimentícios, que empregou mais 2,7 mil pessoas.
Mulheres foram maioria
As mulheres representaram 54,8% dos vínculos formais extintos nos oito primeiros meses de 2020, participação superior aos 47% que detêm no total de empregos formais do RS. Em termos de escolaridade, os mais afetados tinham Ensino Médio completo (43,5%), Ensino Fundamental incompleto (21,1%) e Ensino Fundamental completo (17,1%). No item idade, os empregados formais de 50 a 64 anos representaram 36,2% dos desligamentos no período.
Entre as nove Regiões Funcionais do Estado (RF), oito delas tiveram perdas de janeiro a agosto. Com exceção da RF2, que engloba os Vales do Rio Pardo e Taquari, beneficiada pela sazonalidade da cadeia do fumo, as demais registraram quedas importantes.
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