CACHOEIRA DO SUL PREVISÃO

Volta às aulas

'Não há diálogo ou condições sanitárias', diz Cpers

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa realizou audiência pública para debater o retorno às aulas nas escolas do Estado do Rio Grande do Sul. A pauta girou em torno das condições sanitárias, equipamentos de proteção individual, testagem de professores, funcionários e alunos. 

O encontro reuniu quase 200 pessoas, entre parlamentares, professores, funcionários de escola, estudantes, pais e representantes de entidades. A posição quase unânime dos participantes é de que que não há condições sanitárias para voltar nesse momento.

A vice-presidente do CPERS - Sindicato, Solange Carvalho, disse que em nenhum momento o governo de Eduardo Leite (PSDB) chamou a entidade para dialogar sobre o assunto. "Somos parte essencial deste debate, pois somos nós que estaremos trabalhando nas escolas, na linha de frente. Sabemos que o ano não foi perdido, pois estamos com as aulas remotas. O governo deveria estar preocupado com o retorno em 2021. A volta às aulas nesse momento pode se tornar um genocídio", defendeu Solange.

A educadora também falou da falta da estrutura das escolas, destacando a carência de recursos humanos e de verba para compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). "O governo quer dividir a responsabilidade com prefeitos, direções de escola e pais. Se não há risco para volta por que os pais terão que assinar um termo de responsabilidade? Colocar nesse momento as crianças e educadores em risco é irresponsabilidade", frisou.

A vice-presidente afirmou que vários educadores foram contaminados durante os plantões escolares, e alguns vieram a óbito. "Como será a volta, quem vai se responsabilizar? Se houver surto, será culpa dos Comitês Operacionais de Emergência em Saúde (COE), das direções das escolas? A questão psíquica dos estudantes e educadores como fica? Estão todos temerosos em voltar. O governo tem que ser sensível aos país que na pesquisa mostraram que mais de 80% não querem a voltar", destacou. "Queremos trabalhar e estamos trabalhando muito com as aulas remotas. Nós queremos voltar, mas não temos segurança sanitária nesse momento", finalizou.


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