Cerca de três meses após renunciar ao governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite anunciou, nesta segunda-feira, 13/6, que é o pré-candidato do PSDB ao governo do estado mais uma vez. O anúncio foi dado na sede do diretório estadual do partido, em Porto Alegre, ao lado do atual governador, Ranolfo Vieira Júnior.

"Essa decisão é uma decisão coletiva. Ouvi diversas opiniões, não só a minha. E eu mudei de opinião, mas não de princípios. É legítimo, é benéfico, separar o governador do candidato e eu só concorreria dessa forma. O Rio Grande do Sul virou o jogo, mas o jogo não terminou", declarou Leite.

O tucano, que sempre prometeu que não iria concorrer a reeleição, explicou que estar fora do cargo era a única maneira de aceitar disputar as eleições estaduais novamente.

Com o anúncio, Leite encerra de vez sua investida à Presidência da República que incluiu uma derrota nas prévias internas do PSDB para João Doria, um flerte com o PSD e articulações com chamada "terceira via".

Leite ainda descartou a hipótese de que, ao deixar o governo do Estado - ocasião em que afirmou que o ato não lhe retirava "nenhuma possibilidade" e "oferecia todas" -, almejasse somente o cargo de presidente da República. Ele afirmou que se seu objetivo principal fosse ser presidente, teria trocado de partido, e ainda que "o plano A era dar a melhor contribuição possível ao país".

Sobre a pré-candidatura de Leite, Ranolfo Vieira Júnior, que era o nome do PSDB para a disputa eleitoral até então, ressaltou que não se move por vaidades pessoais.

"Gostaria, é claro, de ser governador, já sou governador, me honra muito representar os gaúchos e me honraria ser governador novamente, mas entendemos que o nome do Eduardo Leite, neste momento de polarização no cenário nacional possa ser o melhor nome do PSDB para este projeto", disse.

Articulações

Leite ainda não possui uma chapa formada, nem com candidatura a vice, nem com candidato ou candidata ao Senado. Além disso, lida com conflitos internos envolvendo sua sigla e o MDB.

Embora já fosse esperada por aliados e concorrentes, a indefinição de Leite vinha sendo usada como justificativa pelo MDB para manter a pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza.

Souza, que formou a base dos governos Leite e Sartori, nutria a esperança de contar com o apoio do tucano e de lançar uma candidatura com o mesmo apelo, de um político jovem com um projeto de união de forças de partidos de centro. Agora, porém, Souza é pressionado dentro do MDB a desistir.

Além de entender que Souza disputaria o mesmo eleitorado de Leite, o diretório gaúcho é cobrado pelo MDB nacional a cumprir o acordo feito em nome da candidatura de Simone Tebet à Presidência. Em troca do apoio tucano, o partido apoiaria o PSDB em Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Na última declaração oficial, o MDB gaúcho reforçou que Gabriel Souza é o pré-candidato do partido ao Piratini. O deputado esteve neste fim de semana em campanha no litoral do Estado.