No sexto fórum digital regional do seminário "Competitividade pelo Rio Grande - Juntos para Recomeçar", na tarde desta quinta-feira, 24/9, empreendedores da Região Central defenderam a redução do tamanho da máquina pública como forma de melhorar a competitividade do Rio Grande do Sul. O evento virtual segue, no dia 1º de outubro, com a presença de lideranças das regiões Noroeste e Missões. 

O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do RS (Aprosoja), Irineu Orth, disse que os produtores de soja e milho da região estão otimistas em relação à próxima safra e que, após a agropecuária, é a indústria metal mecânica que mais gera empregos na região, mas o setor está enfrentando problemas de falta de reposição de peças e falta de mão de obra especializada. O agropecuarista e empresário defendeu mais cursos de curta duração de ensino profissionalizante. Na área pública, Orth citou o exemplo dos consórcios de municípios, que vêm propiciando melhorias na saúde e segurança nas pequenas e médias cidades. Também disse que a máquina pública precisa diminuir, melhorar a gestão dos recursos públicos e diminuir as vantagens e o número de servidores.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Elton Doeler, também defendeu que é preciso enfrentar a questão da redução do tamanho da máquina pública. Para o empresário, a pós-pandemia fará com que se reflita o papel dos setores público e privado, avaliando a necessidade de manter estruturas imensas no setor público, ampliar o uso das tecnologias e, com isso, reduzir a carga tributária. Doeler reforçou que tornar o Estado menor é necessário porque quem paga os custos é toda a sociedade.

E o presidente da CCGL, Caio Cezar Fernandez Vianna, igualmente concordou com as manifestações dos dois empreendedores. Na opinião do produtor rural, é preciso diminuir o tamanho do Estado e ampliar sua eficiência para usar melhor os recursos arrecadados. Lembrou das dificuldades legais para reformas, como direitos adquiridos pelos servidores, mas defendeu que, se não se pode voltar ao passado, que se aprove reformar para o futuro. Sobre o agronegócio, Vianna destacou a importância da redução da burocracia, que, muitas vezes, acaba desestimulando os empreendedores ou até inviabilizando os empreendimentos e que se deveria ter mais facilidades e estímulos para quem quer empreender. Ainda enfatizou a necessidade de se investir na geração e compartilhamento de conhecimentos e de melhorar a infraestrutura logística, citando as péssimas condições do trecho da BR-158, entre Cruz Alta e Santa Maria.

Ainda foram painelistas os prefeitos de Tupanciretã, Carlos Augusto Brum de Souza, e de Agudo, Valério Trebien; e o reitor da Unicruz, Fábio Dal-Soto. Ainda se manifestou o deputado federal Pedro Westphalen (PP/RS). O evento foi acompanhado por deputados, prefeitos e vereadores, representantes de poderes e órgãos, de Coredes, entre outras entidades.

No encerramento, o presidente da Casa, deputado Ernani Polo (PP), comentou as considerações apresentadas pelos painelistas referentes às áreas de infraestrutura e logística, educação, entre outras. O parlamentar defendeu a simplificação do sistema tributário estadual para melhorar a competitividade do RS, a ampliação dos modais de transporte para melhorar o escoamento da produção, a modernização e desburocratização da máquina pública para ampliar a eficiência dos serviços públicos oferecidos à população. Sobre a pandemia do novo coronavírus, disse acreditar que saúde e economia precisam andar juntas. "Temos que estabelecer protocolos e conviver com o problema. A vida, aos poucos, precisa voltar ao normal", afirmou.

Polo ainda convidou para o Seminário da Competitividade, também em formato virtual, que ocorre na próxima segunda-feira (28), às 14h30, quando o Centro de Liderança Pública (CLP) apresentará o Ranking de Competitividade dos Estados 2020. A atividade terá transmissão, ao vivo, pela TV Assembleia e redes sociais da Casa.