Ponte do Fandango
Fechamento pode causar prejuízos econômicos para todo o município
Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -
A chegada do período de safra do arroz preocupa produtores de Cachoeira do Sul, que há três meses lidam com a Ponte do Fandango fechada para veículos como caminhões e ônibus. Com mais de 152 mil toneladas produzidas na cidade - já considerando as perdas causadas pela estiagem - e cerca de 70% da safra dependente da ponte para seguir viagem, entidades representantes do agronegócio temem as consequências econômicas para os agricultores e para o município.
A ponte precisou ser bloqueada por conta de danos na sua estrutura. Desde então, somente veículos de passeio podem passar pela Ponte do Fandango, que é a principal via da cidade para o porto, em Rio Grande, e à BR-290. Caminhões e ônibus seguem sem utilizar a travessia e precisam optar entre uma balsa ou percorrer um enorme desvio pela Região Central.
A preocupação dos produtores fez com que fossem feitos pedidos à prefeitura pela reabertura da ponte, pedido esse levado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que mantém o bloqueio da travessia.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Cachoeira do Sul, Fernando Cantarelli, os prejuízos causados pelo bloqueio vão em duas direções. Primeiro, para o produtor o custo de logística aumenta em função do pagamento da balsa, além do tempo de espera que aumenta e "diminuiria muito a quantidade de cargas transportadas para os engenhos que estão na zona urbana", por não acompanhar a velocidade da colheita. Hoje, a travessia por balsa custa R$ 130, ida e volta.
O segundo são os impactos para o município. Cantarelli explica que veículos de grande porte têm a opção de seguir por rotas alternativas. "[Teremos] perda econômica em virtude dos produtores encaminharem seu produto para municípios vizinhos", afirma o presidente do sindicato.
As rotas alternativas também geram lentidão ao escoamento da safra. De Cachoeira do Sul é possível ir até Santa Maria, pela RS-287. De Santa Maria, o caminho para o Porto de Rio Grande é pela BR-392.
A impossibilidade de realizar a travessia da ponte pode gerar desabastecimento e afetar até mesmo nos empregos. "Podemos ter desabastecimento da indústria com reflexos em demissões de funcionários nos engenhos, transportes..." afirmou Cantarelli.
Ainda para o município, Cantarelli destaca a perda do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um imposto estadual que incide sobre a venda e transporte dos mais diversos produtos comercializados. Este é um tributo estadual, mas os municípios têm direito a 25% do total do arrecadado, sendo que parte dessa porcentagem depende das operações e prestações realizadas em território municipal.
Na segunda-feira, 7/2, a prefeitura irá realizar uma reunião virtual com representantes do DNIT para discutir o tema e analisar a possibilidade de reabertura da ponte. Até o momento, o executivo solicita ao Departamento a liberação de passagem para os caminhões de pequeno porte, até 36 toneladas.
Segundo Cantarelli, o DNIT ainda não apresentou um argumento oficial para os pedidos realizados e não justificou o bloqueio da ponte para caminhões após liberar a passagem de veículos de passeio.
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