O governador de São Paulo João Doria (PSDB) está fazendo escola. Seu sucesso na briga com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), determinante para a disponibilização da vacina da covid-19 aos brasileiros, alarmou o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB). Os dois possuem pretensões para as eleições nacionais no ano que vem e devem brigar pela indicação tucana a Presidência da República.

Seguindo os passos do companheiro de partido e baseado no impasse acerca da aquisição de matéria-prima para produção de vacina contra o novo coronavírus pelo governo federal, o governador gaúcho anunciou a aposta na vacina russa Sputnik V, a mesma utilizada na Argentina. Leite deu ordem para que a aquisição do medicamento seja tratada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) e ainda nesta quinta-feira, 21/1, o Executivo manteve uma primeira conversa com a empresa União Química, responsável por produzir a vacina, por meio de videoconferência comandada pela secretária da Saúde, Arita Bergmann. Também já ficou agendada uma reunião presencial entre a diretoria da companhia e o Governador, em São Paulo, na próxima terça-feira, 26/1, para tratar do tema.

"A gente tem acompanhado com preocupação os atrasos no recebimento das vacinas adquiridas no exterior ou aquelas que devem ser fabricadas no território nacional e dependem do IFA (matéria-prima para produção da vacina) que deve vir da China. E, portanto, a gente começa, sim, as tratativas. Hoje mesmo a Secretaria da Saúde deve estar fazendo reunião com a farmacêutica que deve vir a fabricar no Brasil a vacina russa Sputnik V", disse Leite.

Ao anunciar o interesse, o chefe do Executivo ressaltou que a vacina russa somente será adquirida após ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na avaliação de Arita, a liberação do uso emergencial (já solicitado) deve ocorrer, uma vez que a Rússia possui dez milhões de doses disponíveis para exportação imediata.